Transmonte 42, 2024. Instalação audiovisual 7'
(projeção de vídeo HD 16:9, áudio stereo binaural, espelho)
PT
Mediada por um espelho antigo e pela composição de áudio binaural(3D), esta vídeo instalação investiga a vulnerabilidade e a identidade à partir de um encontro que se dá à bordo do ônibus da empresa carris metropolitana 742 que cruza a cidade de Lisboa, da Ajuda a Madredeus.
O fascínio despertado por uma presença feminina desencadeia um procedimento para que o trabalho aconteça, apenas e aleatoriamente, quando este encontro do cotidiano se repete, registrado através de imagens e áudios furtivos e textos de diálogos imaginários.
Outra viagem, percorrida na intermitência dos encontros com esta senhora idosa no 42, atravessa ainda este processo artístico em curso e insurge de um sonho, em direção à terra das avós e ao inconsciente ancestral, integrando a pesquisa sobre a demanda por gerar e cuidar, o envelhecer e morrer na condição de mulher e sobre os códigos genéticos, sociais e morais por carregar e quebrar.
EN
Mediated by an antique mirror and a binaural (3D) audio composition, this video installation explores vulnerability and identity through an encounter aboard Carris Metropolitana bus 742, which crosses Lisbon from Ajuda to Madredeus.
A fleeting fascination with a female presence triggers the unfolding of this work—documented only when this everyday encounter repeats itself, captured through surreptitious images, audio recordings, and imagined dialogues.
Another journey—woven into the intermittent meetings with this elderly woman on the 742—emerges from a dream, leading towards the ancestral land of both artist’s grandmothers and the unconscious. It integrates research on the act of generating and caring, the processes of aging and dying as a woman, and the genetic, social, and moral codes inherited and defied.
Amostra/24 Exposição Coletiva Nowhere Lisboa Jun/Jul 2024
PT
Apresentado na exposição coletiva amostra24 na galeria do nowhere lisboa, o trabalho foi desenvolvido durante o laborátorio de praticas artísticas orientado pela artista e investigadora Luiza Baldan, com curadoria de Cristiana Tejo e é o primeiro desdobramento de uma pesquisa mais ampla apenas iniciada.
“Com o sangue de quem foram feitos os meus olhos? esta questão levantada por Donna Haraway no artigo de uma publicação de estudos feministas de 1988 ecoou aqui dentro muitas vezes no processo de encontrar uma posição para olhar, à bordo do 42 ou do expresso ancestral que eu viria a apanhar neste trabalho.
Uma posição para ver, onde a auto-identidade não é assim tão boa companheira. Ver, que é o que se pode fazer quando não se pode ser e que com toda a violência entranhada nos nossos modos de visualização, seduzia, fragmentava e contradizia.”
Produção e Realização: Dárida Rodrigues
Captura de imagem e áudio binaural: Dárida Rodrigues
Edição de imagens: Gabriela Lima
Edição de áudio: Dárida Rodrigues
Elenco: Maria José, Ana Maria e Dárida Rodrigues
Argumento e Investigação artística: Dárida Rodrigues
EN
Presented at the group exhibition Amostra24 at NowHere Lisbon, the project was developed during the Artistic Practices Laboratory led by artist and researcher Luiza Baldan, curated by Cristiana Tejo. It marks the first iteration of a broader, ongoing investigation.
"With whose blood were my eyes made?" This question, posed by Donna Haraway in a 1988 feminist studies publication, resonated throughout my process of finding a position from which to see—aboard the 742 or the ancestral express I would embark on through this work.
A position for seeing, where self-identity is not such a good companion. Seeing, which is what one can do when one cannot be, and which, with all the violence embedded in our modes of visualization, seduced, fragmented, and contradicted.
Production & Direction: Dárida Rodrigues
Image & Binaural Audio Capture: Dárida Rodrigues
Image Editing: Gabriela Lima
Audio Editing: Dárida Rodrigues
Cast: Maria José, Ana Maria, and Dárida Rodrigues
Concept & Artistic Research: Dárida Rodrigues
Vídeo Full HD. Cor 16:9. Som Stereo